top of page

Jací e Emília

Luz, representatividade, desconstrução

Jací é a deusa tupi da lua e da noite, a deusa bela. Protetora dos amantes e da reprodução, desperta a saudade no coração dos guerreiros e caçadores, a fim de apressar a volta para casa. A deusa da lua suaviza e encanta a vida dos homens. Emília Silberstein, assim como Jací, é uma encantadora. Diretora de fotografia, usa a luz e a escuridão para construir imagens e histórias na arte do cinema. 

Para Emília, apesar da arte, a direção de fotografia é uma área mais técnica. Nesse campo, as mulheres costumam ser afastadas por questões de desigualdade de gênero, porque a história do cinema foi dominada por homens nos bastidores e nos enredos. 

A autora Laura Mulvey classifica esse aspecto como olhar masculino ou “male gaze”, que tem forte influência sobre a construção de imaginário, representações e visões de mundo. Assim, o ponto de vista predominante nas narrativas é masculino e heterossexual.

 

Emília considera que os homens construíram um olhar preconceituoso que colocou as num simbólico lugar de passividade, e é preciso transformar esse quadro: “Por que causa estranhamento mulheres construindo visões sobre o mundo? Produzindo olhares, representações, atuando nessa construção de imaginário. porque a gente está muito nessa dimensão de relação de poder, porque uma mulher nesse lugar ainda causa incômodo”.

Para ela, é importante reconstruir a representatividade feminina e homossexual em novelas e filmes fora da perspectiva pensamento heteronormativo.

Por Helder Felipe 

bottom of page