pessoas e lugares que você não vê, mas deveria
O peso da estrada
Uma vendedora na rodovia
Járida Nunes, 28 anos
Conquista por espaço >
Eu sou muito forte. Já vivi muita coisa. Quando cheguei aqui tinham poucas mulheres. Foi difícil. Com o tempo fui perdendo o medo e comecei a melhorar nas vendas.
Ao anoitecer, os carros reduzem a velocidade pelo alto fluxo de veículos. Logo um engarrafamento se forma na BR-040, entre o Catetinho e Santa Maria, no Distrito Federal. Para a maior parte dos motoristas ali, é a hora da chamada volta para casa. Porém, é quando começa a rotina de trabalho para os vendedores que percorrem esse trajeto de aproximadamente cinco quilômetros.
Em meio ao trânsito é possível encontrar Járida Nunes, 28 anos, com grandes sacos de salgadinhos, cones de amendoim e saquinhos de pipoca. Olhos e ouvidos atentos para quem chama pelo tira-gosto.
Desempregada, Járida buscou na BR-040 uma fonte de renda para administrar as despesas da família. Começou no ramo há três anos. Na época, o marido estava preso. Isso a motivou ainda mais para trabalhar e não deixar faltar o básico para os três filhos com idades entre 4 e 9 anos.
Após um intenso dia de vendas, é hora de contar não só o dinheiro arrecadado, mas também a estrada percorrida para chegar até aqui.
Estrada da vida
Com a chegada das férias de fim de ano as vendas diminuem. Por isso a vendedora busca outra fonte de renda.
Apesar de ter buscado por outros empregos a faixa salarial é o que prejudica quando pensa em quem ficaria com os filhos